Jeitinho de Professora: Filosofia da educação

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Filosofia da educação

1- INTRODUÇÃO

                  O Racionalismo foi um movimento cultural situado entre os séculos XVI e XIX. Mais do que mais uma teoria do conhecimento, o Racionalismo foi uma perspectiva cultural global. Foi uma das correntes filosófico-científicas do homem da Idade Moderna.
Para o Racionalismo, o homem pode chegar pela razão, a verdades de valor absoluto. Seja a partir de fatos, os quais, ultrapassando a mera força dos sentidos, o homem pode, com a força da razão, abstrair e atingir condições transcendentais do mundo; seja a partir da pura intuição, que prescinde dos fatos.
O que o Racionalismo buscava, na verdade, era conhecer a essência. Por isso, não se prendia aos fatos ou ao mundo sensível, mas afirmava que a razão humana poderia transcender e chegar ao conhecimento de realidades transcendentes.
Essa corrente se aproximava, assim, da metafísica, de Platão. Não se pode, entretanto, incorrer no erro de achar que o Racionalismo é apenas uma corrente teórica. Ao contrário, terá conseqüências também na ética e, mesmo, na política.
Neste contexto, há também, uma relação entre o Racionalismo e a Fé, mostrando como seus principais expoentes, Descartes, Kant e Hegel trataram da problemática acerca de Deus e da religião, tema central das discussões filosóficas medievais, agora com as contribuições do homem moderno.


2- CONTEXTO HISTÓRICO

Ao longo de toda a história do conhecimento humano e da Humanidade em si, vê-se que o homem sempre tentou compreender o mundo que o cercava. Desde o mito até a atual era da técnica, esse é um problema longe de ser esgotado.
Das cosmogonias e cosmologias gregas chegou-se ao Cristianismo Ocidental medieval. Nesses 10 séculos, sob a hegemonia da Igreja Católica, a Teologia estava em voga e tinha ao seu serviço a Filosofia. A concepção de mundo do homem medieval era teocêntrica e profundamente marcada pela religiosidade, ainda que nem sempre fosse aquela oficial ditada pela Igreja, haja vista que o povo simples camponês, não entendia o culto oficial e, portanto, criava o seu próprio, com mitos, superstições etc.
Entretanto as coisas começaram a mudar e já entre os séculos XIV e XV, se percebia que o feudalismo entrava em crise, por razões que não nos cabe analisar aqui. O fato é que, a Idade Média Ocidental compreende aquele período de mais ou menos 10 séculos, entre a queda de Roma e a queda de Constantinopla. Predominava a Igreja, o feudalismo era o sistema que organizava a sociedade em si, herdara-se a Filosofia grega, o direito e o idioma romanos.
Como acontecera na Grécia Antiga, o homem precisava agora de outras explicações para a realidade à sua volta. Com o advento das Grandes Navegações, os horizontes se expandiam. O comércio foi refervilhando aos poucos, possibilitou-se o acesso a outras culturas através de suas obras literárias, que foram sendo traduzidas.
 A Grécia Clássica era redescoberta e as artes sofriam efervescência. Claro que tudo isso com o patrocínio da burguesia, que queria ascender, primeiro socialmente, depois politicamente, não só com benefícios, mas com participação (se não, com detenção mesmo) do poder.
As mudanças queridas, patrocinadas e efetivadas pela burguesia foram se dando aos poucos. Nada disso aconteceu de uma hora para outra, mas com o passar das décadas e dos séculos, culminando na Revolução Francesa.
Outro aspecto a ser ressaltado é que, essa mudança de mentalidade, acarretou mudanças em todas as esferas da sociedade. Das cinzas do Feudalismo, foi se configurando o Capitalismo. Da hegemonia da Igreja Católica, veio o cisma do Ocidente. A nova ética protestante casava muito bem com o espírito do capitalismo e, portanto, com o ideal da burguesia.
Pela própria índole do Capitalismo, a expansão dos mercados era necessária. Era mister que houvesse um espírito aventureiro e científico que possibilitasse a concretização do que se almejava. O homem voltou a ser o centro e a medida das coisas. Era o que pregava o Racionalismo. Não se pode, entretanto, presumir que com isso se nega Deus. Ao contrário, a raiz desse movimento ainda se encontrava na Idade Média. Ele assemelha-se mais à metafísica que ao Empirismo nesse ponto. O próprio Descartes, tido como o pai do Racionalismo, vai procurar justamente afirmar e provar a existência de Deus.
Também não se pode confundir o Racionalismo com o pensamento medieval. A diferença está justamente no sujeito. O Racionalismo devido ao contexto histórico no qual ocorre, procura olhar o mundo com a razão, já não mais dependente da Fé como no período medieval, mas confiando mais no ser humano e suas potencialidades: o enfoque é antropológico. O que se busca não é negar Deus, e sim afirmar o homem, enquanto ser diferente e superior aos demais, por ser racional.

3- RACIONALISMO

Temos o racionalismo como corrente filosófica, que iniciou com a definição do raciocínio, que é a operação mental, discursiva e lógica, e o usa como uma ou mais proposições para extrair conclusões de verdade, falsa ou provável.
Segundo ele, um conhecimento só merece na realidade este nome quando é logicamente necessário e universalmente válido. Quando nossa razão julga que tem que ser assim e que não pode ser de outro modo, que tem de ser assim, portanto, sempre e em todas as partes, então, e só então, nos encontramos ante um verdadeiro conhecimento, na opinião do racionalismo.
 O racionalismo nos dá a idéia de que o conhecimento sensível é enganador e a razão é a única fonte de conhecimento válido, pelo menos para Platão (que na antiguidade, deu inicio ao pensamento racionalista) e para Descartes (considerado o pai da modernidade), que acreditam que há idéias inatas. Descartes também afirma, em uma de suas obras, que o conjunto de aptidões onde os indivíduos aprendem mais rapidamente novas informações e se revelam mais eficientes no manejo e aproveitamento adequado de conhecimentos, se podem fazer com o que através da análise lógica se descubram processos ou sistemas mais rapidamente pelo método lógico e matemático, e a análise crítica levam às respostas necessárias minimizando a necessidade do experimentalismo prático.
Em sentido mais amplo e comum, racionalismo é o ato de pensar, raciocinar, fazer uso da razão, que é uma das características que distingue o homem dos outros animais que lhes são inferiores na escala evolutiva. Também o definimos como a crença na razão e na evidência das demonstrações.
 Os principais conceitos de racionalismo preconizados pelas diversas doutrinas, estão no método de observar à sua volta baseado exclusivamente na razão, considerada como única autoridade quanto à maneira de pensar e agir e como fundamento de todo conhecimento possível; a teoria que se fundamenta na suposição de que a investigação da verdade feita sob orientação do pensamento puro, ultrapassaria os dados oferecidos imediatamente pelos sentidos e pela experiência, que são incapazes de nos proporcionar todos os conhecimentos; as leis do pensamento racional e do objeto do conhecimento, são as mesmas; o real é, em última análise, racional, e a razão é capaz de conhecê-lo e de chegar à verdade sobre a natureza das coisas; corrente filosófica que privilegia formas argumentativas, empíricas ou dedutivas de conhecimento como meios para a compreensão da realidade em detrimento da fé, do misticismo e da revelação religiosa (linha de pensamento do filósofo Baruch Spinoza); doutrina que se caracteriza por uma auto-observação crítica por parte da razão, na qual esta determina seus próprios limites.
O racionalismo iluminista caracterizou-se pela confiança na razão, no progresso e na ciência, e pelo incentivo à liberdade de pensamento, onde a idéia iluminista era levar esses valores a prevalecer e triunfar sobre o mito, a crendice, o “sobre-natural”, o misticismo, a fé, o dogma, o fanatismo e a intolerância.
A corrente racionalista é a que mais se aproxima dos propósitos para o melhoramento do aprendizado das matemáticas (lógica bivalente: é ou não é, uma e somente uma destas situações), o ponto de partida desta corrente é o plano do inteligível, ou seja a verdade geral já estabelecida. Lembrando que estamos fazendo referência ao aprendizado e não ao ensino; isto deve-se ao fato que o estudante tem que ser o centro do processo, assim o estudante é o sujeito ativo de seu próprio aprendizado em relação ao roll que desempenha o professor.


3.1- Principais Autores Racionalistas

René Descartes (1596-1650), conhecido também como Cartésio, tem um “pé” dentro da filosofia moderna, onde desejava encontrar um método que não fosse o aristotélico, e que lhe permitisse um caminho para novos descobrimentos. A matemática influiu decisivamente no método cartesiano. A “dúvida metódica” levou à afirmação do “Penso, logo existo”.
Descartes estabeleceu algumas regras para seu método cartesiano, dentre elas encontramos a de não admitir coisa alguma como verdadeira, desde que saiba com evidência que o é; dividir em quantas partes for possível cada dificuldade, para assim melhor encontrar uma solução; conduzir os pensamentos ordenando dos mais simples e fáceis de conhecer, e gradualmente, chegar aos mais compostos; fazer recontagens e revisões tão gerais, que chegue a estar certo de não ter omitido nada.
Por meio da dúvida metódica, ao evidenciar a existência de quem pensa, permite estabelecer o raciocínio: “Se eu existo, sei que sou imperfeito. Mas a idéia de imperfeito implica a de imperfeito, e esse ser é Deus.” Mas Descartes reconhece que, ao conhecer-se intuitivamente como ser, reconhece que seu corpo é distinto do seu pensamento, é ai que surge a distinção entre a substância pensante e a extensa. A alma, como pensamento, pode ser pensada sem extensão, porque a extensão não lhe é essencial, enquanto a essência do corpo é a extensão. Dessa forma, os modos de extensão são a posição, a figura e o movimento. Os modos da substância pensante são a sensação, a paixão e a vontade.
O método de Descartes é o método da dúvida: a dúvida metódica ou dúvida cartesiana. Para a razão bem funcionar, é necessário limpar o terreno da mente de todo preconceito, é preciso, num primeiro momento duvidar de tudo, principalmente o que já se tem estabelecido como verdade absoluta. A partir de então, devem-se buscar verdades elementares, verdades que se bastem a si, e não precisem de outras verdades precedentes. Pois, duvidando de tudo, aquilo que conseguir se estabelecer como verdade depois disso, ter necessariamente que, ser uma verdade absoluta. O que se quer com esse método é a garantia de idéias claras e distintas. Descartes resume a Lógica e enumera apenas quatro regras, quatro passos a serem dados no caminho de seu método:
Ø  O primeiro era o de jamais acolher alguma coisa como verdadeira que eu não conhecesse evidentemente como tal; isto é, de evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção. E de nada incluir em meus juízos que não se apresentasse tão clara e distintamente a meu espírito, que eu não tivesse nenhuma ocasião de pô-lo em dúvida.
Ø  O segundo, o de dividir cada uma das dificuldades que eu examinasse em tantas parcelas quantas possíveis e quantas necessárias fossem para melhor resolvê-las.
Ø  O terceiro, o de conduzir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais compostos, e supondo mesmo uma ordem entre os que não se precedem naturalmente uns aos outros.
Ø  E o último, o de fazer em toda parte enumerações tão completas e revisões tão gerais, que eu tivesse a certeza de nada omitir.
É assim que Descartes analisa como verdadeira a frase “Penso, logo existo”. Para ele essa é uma afirmação clara e distinta, sem nenhuma obscuridade ou confusão, pois, é impossível alguém dizer que pensa, sem simultaneamente se dar conta de que existe. Assim, Descartes confirma categoricamente a dicotomia corpo-alma. Conclui, no entanto, que é mais importante a alma (pensamento) pois, é possível imaginar-se pensando sem um corpo, mas não o contrário, pois senão, já não se seria ser humano, mas coisa. A essência do homem é portanto, sua alma.
Nessa alma, que Descartes afirma ser imortal, é possível percebermos muitas perfeições e sinais de perfeições. Contudo, também se percebe claramente várias imperfeições. Sendo assim, ele conclui que, se a alma apresenta imperfeições, as perfeições que apresenta simultaneamente não pode ter sua origem na própria alma, pois se esta fosse perfeita, não apresentaria imperfeição alguma. Dessa forma, essas perfeições têm origem externa à alma humana. Alguém as colocou aí. Esse alguém é, portanto, necessariamente perfeito, senão, não haveria perfeição alguma na alma criada. Esse alguém perfeito, para Descartes é Deus. Deus realmente existe. Se Deus é perfeito, então ele tem que existir, pois a perfeição maior está em existir na realidade e não apenas na idéia. Logo, Deus existe e não é apenas uma idéia.
Benedictus Spinoza (1632-1677) procura o bem supremo, através da filosofia, que é Deus. Para isso, usa o método matemático de Descartes. Substância é o que é em si mesmo e por si mesmo se concebe, isto é, aquilo cujo conceito não necessita de outros conceitos para ser formado, essa substância infinita é Deus, a causa de si mesmo e sua essência implica sua existência. Para Spinoza, diferente de Descartes, não há duas substancias, a pensante e a extensa, mas ambas são atributos de Deus. Os tributos pensamento e extensão, são os únicos compreendidos pelo homem de um modo distinto e claro, por isso é que a doutrina de Spinoza se chamou panteísmo, e significa que Deus é tudo ou tudo é Deus.
Gottfried Leibnitz (1646-1716) teve muitos de aspectos filosóficos estudados por nós. Ele aceitava que a natureza não dá saltos. De um estado para outro, encontramos uma infinita série de intermediários. È assim que existe uma perfeita continuidade na natureza, e essa só poderia ser expressada através de uma análise do infinito. Leibnitz se opõe a física cartesiana, sobretudo à concepção de que um corpo seja apenas extensão, e o mecanismo de Descartes é substituído por um dinamismo que o seu conceito novo de força iria oferecer. O universo é harmônico, porque Deus preestabeleceu assim, e tudo quanto sucede por uma disposição já previamente determinada pelo Criador.
Emanuel Kant nasceu em Koenigsber, na Prússia Oriental, em 22 de abril de 1724, de uma família pobre, mas recebeu uma profunda educação religiosa. Kant cursou a universidade de sua terra natal, dedicando-se especialmente à filosofia e as ciências naturais. Em 1755, começa a concentrar-se nos problemas filosóficos, sem deixar de lado o estudo da ciência e da matemática. Em 1769 expõe a hipótese fundamental do seu sistema: O fenômeno e o Númeno, e ainda varias outras conjecturas como: a Dissertação sobre a forma e os princípios do mundo inteligível. Mais tarde publica a Critica da Razão Pura, Prolegômenos a toda metafísica futura; Fundamento metafísico dos costumes: Crítica à Razão Pratica; Crítica do Juízo; A religião nos limite da razão pura.
Kant não procura transcender à razão humana. Não aceita a razão divina como mediadora. O mundo empírico não tem explicação do mundo ideal. Portanto, o fundamento último do discurso humano é a própria racionalidade, sem apelar para Deus. Ao mesmo tempo Kant faz a formulação de um discurso preliminar, isto é, determinante, que mostra que a razão é juíza de si mesma. Neste caso, as normas dos processos da síntese pertencem ao sujeito. E só conhece o que pode ser empiricamente experimentado. Visto que, o conhecimento humano é marcado pela intuição sensível. Cada um tem a sua própria intuição de conhecimento. Enquanto, a metafísica não o é, e se torna apenas uma ciência ilusória.
Kant tornou-se o centro e a base de toda filosofia. A sua crítica consiste no poder da razão em geral, em relação a todos os conhecimentos, independente de qualquer experiência. Suas teses fundamentais sobre gnosiologia têm como ponto de partida a incogniscibilidade da essência das coisas. Entretanto, há uma distinção entre númeno e fenômeno. O número nós não podemos conhecer as coisas em si. Já o fenômeno surge como uma coisa para nós, através de sua manifestação exterior da coisa em si, tal qual se apresenta à consciência.
Kant diante de sua visão teleológica passa da ordem do mundo até seu ordenador. Mas esta argumentação também carece de um valor objetivo, de modo que as provas da existência de Deus redundam em idéia ou ilusão transcendental. Ele diz que é impossível fazer uma demonstração da razão referente à existência de Deus. Somos incapazes de juízos científicos sobre Deus porque ele não ocorre no espaço e no tempo.
Fredrich Hegel Filósofo alemão, nasceu em Estugarda, aos 27 de agosto de 1770. Aos 18 anos de idade ingressou no seminário protestante de Tubinga, para estudar teologia, onde conheceu e foi amigo de Schelling (1775-1854) e Holderlin. O pietismo, uma das correntes gnósticas do protestantismo, influenciou profundamente o seu pensamento.
Hegel foi um ilustre professor universitário de filosofia, depois mestre de conferências na Universidade de Lena (1801-1806), reitor num colégio de Nuremberga (1808), depois professor em Heidelberg e finalmente em Berlim (1817-1831), onde permaneceu até à morte.
Hegel concebeu o modelo de análise da realidade que maior influencia teve ao longo de todo o século XIX e XX, nomeadamente em pensadores como Schopenhauer, Nietzsche, Marx, Kierkegaard ou Jean-Paul Sartre. A sua filosofia, que recusa a concepção filosófica de Kant, assumiu um caráter enciclopédico. Hegel debruça-se sobre domínios tão diversos como lógica, direito, religião, arte, moral, ciência ou a história da filosofia e em todos eles vê a manifestação do Espírito Absoluto que se materializa e revela através da História da Humanidade.
Hegel é considerado por muitos pensadores como difícil, porque buscou compreender a realidade a partir do idealismo absoluto. Segundo Mondin, Hegel estruturou seu pensamento idealista pelo modelo intelectual que recebeu no seminário teológico de Tubinga, sua formação foi de grande escala teológica. “De fato, já nos escritos juvenis está explicitamente expressa a intuição determinante de todo o sistema hegeliano, a intuição da alienação do real em relação ao ideal, do particular em relação ao universal, do homem em relação a Deus. Esta intuição Hegel a teve certamente ao ler a narração bíblica do afastamento (alienação) do homem em relação a Deus; desde o começo ele considerou o conceito bíblico como princípio hermenêutico absoluto da realidade como tal, transformando assim uma verdade teológica particular em princípio filosófico universal.
A filosofia que Hegel propôs é uma tentativa de considera todo o universo como um todo sistemático. O sistema é baseado na fé. Na religião cristã, Deus foi revelado como verdade e como espírito. Como espírito o homem pode receber esta revelação. Na religião a verdade está oculta na imagem; mas na filosofia o véu se rasga, de modo que o homem pode conhecer o infinito e ver todas às coisas em Deus.
Na Filosofia da História Hegel pressupôs que a historia da humanidade é um processo através do qual a humanidade tem feito progresso espiritual e moral e avançado seu autoconhecimento. A história tem um propósito e cabe ao filósofo descobrir qual é. Alguns historiadores encontraram sua chave na operação das leis naturais de vários tipos. A atitude de Hegel, no entanto, apoiou-se na fé de que a história é a representação do propósito de Deus e que o homem tinha agora avançado longe bastante para descobrir o que esse propósito era: ele é a gradual realização da liberdade humana.
O primeiro passo era fazer uma transição da vida selvagem para um estado de ordem e lei é a revolução. Em muitos pontos o pensamento de Hegel serviu aos fundamentos do marxismo, e um deles é sua concepção de que os Estados têm que ser encontrados por força e violência pois não há outro caminho para fazer o homem curvar-se à Lei antes dele ter avançado mentalmente tão longe suficiente para aceitar a racionalidade da vida ordenada. Alguns homens aceitarão as leis e se tornarão livres, enquanto outros permanecerão escravos. No mundo moderno o homem passou a crer que todos os homens, como espíritos, são livres em essência, e sua tarefa é, assim, criar instituições sob as quais eles serão livres de fato.


4- CONCLUSÃO

Após essas reflexões, verifica-se a amplitude não só do Racionalismo em si, mas de sua contribuição para a Filosofia e para a maneira de ver o mundo que se seguiu.
Percebe-se, que diferente de outros movimentos que se proclamam racionais, o Racionalismo não nega, nem tampouco procura negar, a Fé, a religião, ou Deus, embora com críticas à sua época e aos homens de seu contexto.
No Racionalismo, o que se procura não é deixar Deus de fora, mas apenas não “perturbá-lo” quando se pode utilizar o que Ele mesmo nos deu: a razão. Como que se coloca Deus na “sala de espera”, mas sem expulsá-lo. Herda-se ainda a Fé da Idade Média, entretanto, no centro está a razão, e o homem é sujeito, é ativo no processo, não apenas mero “fantoche” da graça divina, como propunham Tomás e Agostinho.


5- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DESCARTES, René. Discurso do método. São Paulo: Abril Cultura, 1973. Col. Os Pensadores, vol. XV.

LARA, Tiago Adão. A Filosofia Ocidental – do Renascimento aos nossos dias. 5ed. Petrópolis: Vozes, 1993.

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