1- INTRODUÇÃO
O Racionalismo foi um movimento cultural situado entre os séculos XVI e XIX. Mais do que mais uma teoria do conhecimento, o Racionalismo foi uma perspectiva cultural global. Foi uma das correntes filosófico-científicas do homem da Idade Moderna.
Para o
Racionalismo, o homem pode chegar pela razão, a verdades de valor absoluto.
Seja a partir de fatos, os quais, ultrapassando a mera força dos sentidos, o
homem pode, com a força da razão, abstrair e atingir condições transcendentais
do mundo; seja a partir da pura intuição, que prescinde dos fatos.
O que o
Racionalismo buscava, na verdade, era conhecer a essência. Por isso, não se
prendia aos fatos ou ao mundo sensível, mas afirmava que a razão humana poderia
transcender e chegar ao conhecimento de realidades transcendentes.
Essa corrente se
aproximava, assim, da metafísica, de Platão. Não se pode, entretanto, incorrer
no erro de achar que o Racionalismo é apenas uma corrente teórica. Ao
contrário, terá conseqüências também na ética e, mesmo, na política.
Neste contexto,
há também, uma relação entre o Racionalismo e a Fé, mostrando como seus
principais expoentes, Descartes, Kant e Hegel trataram da problemática acerca
de Deus e da religião, tema central das discussões filosóficas medievais, agora
com as contribuições do homem moderno.
2- CONTEXTO HISTÓRICO
Ao longo de toda
a história do conhecimento humano e da Humanidade em si, vê-se que o homem
sempre tentou compreender o mundo que o cercava. Desde o mito até a atual era
da técnica, esse é um problema longe de ser esgotado.
Das cosmogonias
e cosmologias gregas chegou-se ao Cristianismo Ocidental medieval. Nesses 10
séculos, sob a hegemonia da Igreja Católica, a Teologia estava em voga e tinha
ao seu serviço a Filosofia. A concepção de mundo do homem medieval era
teocêntrica e profundamente marcada pela religiosidade, ainda que nem sempre
fosse aquela oficial ditada pela Igreja, haja vista que o povo simples
camponês, não entendia o culto oficial e, portanto, criava o seu próprio, com
mitos, superstições etc.
Entretanto as
coisas começaram a mudar e já entre os séculos XIV e XV, se percebia que o
feudalismo entrava em crise, por razões que não nos cabe analisar aqui. O fato
é que, a Idade Média Ocidental compreende aquele período de mais ou menos 10
séculos, entre a queda de Roma e a queda de Constantinopla. Predominava a
Igreja, o feudalismo era o sistema que organizava a sociedade em si, herdara-se
a Filosofia grega, o direito e o idioma romanos.
Como acontecera
na Grécia Antiga, o homem precisava agora de outras explicações para a
realidade à sua volta. Com o advento das Grandes Navegações, os horizontes se
expandiam. O comércio foi refervilhando aos poucos, possibilitou-se o acesso a
outras culturas através de suas obras literárias, que foram sendo traduzidas.
A Grécia Clássica era redescoberta e as artes
sofriam efervescência. Claro que tudo isso com o patrocínio da burguesia, que
queria ascender, primeiro socialmente, depois politicamente, não só com
benefícios, mas com participação (se não, com detenção mesmo) do poder.
As mudanças
queridas, patrocinadas e efetivadas pela burguesia foram se dando aos poucos.
Nada disso aconteceu de uma hora para outra, mas com o passar das décadas e dos
séculos, culminando na Revolução Francesa.
Outro aspecto a
ser ressaltado é que, essa mudança de mentalidade, acarretou mudanças em todas
as esferas da sociedade. Das cinzas do Feudalismo, foi se configurando o
Capitalismo. Da hegemonia da Igreja Católica, veio o cisma do Ocidente. A nova
ética protestante casava muito bem com o espírito do capitalismo e, portanto,
com o ideal da burguesia.
Pela própria
índole do Capitalismo, a expansão dos mercados era necessária. Era mister que
houvesse um espírito aventureiro e científico que possibilitasse a
concretização do que se almejava. O homem voltou a ser o centro e a medida das
coisas. Era o que pregava o Racionalismo. Não se pode, entretanto, presumir que
com isso se nega Deus. Ao contrário, a raiz desse movimento ainda se encontrava
na Idade Média. Ele assemelha-se mais à metafísica que ao Empirismo nesse
ponto. O próprio Descartes, tido como o pai do Racionalismo, vai procurar
justamente afirmar e provar a existência de Deus.
Também não se
pode confundir o Racionalismo com o pensamento medieval. A diferença está
justamente no sujeito. O Racionalismo devido ao contexto histórico no qual
ocorre, procura olhar o mundo com a razão, já não mais dependente da Fé como no
período medieval, mas confiando mais no ser humano e suas potencialidades: o enfoque
é antropológico. O que se busca não é negar Deus, e sim afirmar o homem,
enquanto ser diferente e superior aos demais, por ser racional.
3- RACIONALISMO
Temos o
racionalismo como corrente filosófica, que iniciou com a definição do
raciocínio, que é a operação mental, discursiva e lógica, e o usa como uma ou
mais proposições para extrair conclusões de verdade, falsa ou provável.
Segundo ele, um conhecimento só merece na
realidade este nome quando é logicamente necessário e universalmente válido.
Quando nossa razão julga que tem que ser assim e que não pode ser de outro
modo, que tem de ser assim, portanto, sempre e em todas as partes, então, e só
então, nos encontramos ante um verdadeiro conhecimento, na opinião do
racionalismo.
O racionalismo nos dá a idéia de que o
conhecimento sensível é enganador e a razão é a única fonte de conhecimento
válido, pelo menos para Platão (que na antiguidade, deu inicio ao pensamento
racionalista) e para Descartes (considerado o pai da modernidade), que
acreditam que há idéias inatas. Descartes também afirma, em uma de suas obras,
que o conjunto de aptidões onde os indivíduos aprendem mais rapidamente novas
informações e se revelam mais eficientes no manejo e aproveitamento adequado de
conhecimentos, se podem fazer com o que através da análise lógica se descubram
processos ou sistemas mais rapidamente pelo método lógico e matemático, e a
análise crítica levam às respostas necessárias minimizando a necessidade do
experimentalismo prático.
Em sentido mais
amplo e comum, racionalismo é o ato de
pensar, raciocinar, fazer uso da razão, que é uma das características que
distingue o homem dos outros animais que lhes são inferiores na escala
evolutiva. Também o definimos como a crença na razão e na evidência das
demonstrações.
Os principais conceitos de racionalismo
preconizados pelas diversas doutrinas, estão no método de observar à sua volta
baseado exclusivamente na razão, considerada como única autoridade quanto à
maneira de pensar e agir e como fundamento de todo conhecimento possível; a
teoria que se fundamenta na suposição de que a investigação da verdade feita
sob orientação do pensamento puro, ultrapassaria os dados oferecidos
imediatamente pelos sentidos e pela experiência, que são incapazes de nos
proporcionar todos os conhecimentos; as leis do pensamento racional e do objeto
do conhecimento, são as mesmas; o real é, em última análise, racional, e a
razão é capaz de conhecê-lo e de chegar à verdade sobre a natureza das coisas;
corrente filosófica que privilegia formas argumentativas, empíricas ou
dedutivas de conhecimento como meios para a compreensão da realidade em
detrimento da fé, do misticismo e da revelação religiosa (linha de pensamento
do filósofo Baruch Spinoza); doutrina que se caracteriza por uma auto-observação
crítica por parte da razão, na qual esta determina seus próprios limites.
O racionalismo
iluminista caracterizou-se pela confiança na razão, no progresso e na ciência,
e pelo incentivo à liberdade de pensamento, onde a idéia iluminista era levar
esses valores a prevalecer e triunfar sobre o mito, a crendice, o
“sobre-natural”, o misticismo, a fé, o dogma, o fanatismo e a intolerância.
A corrente racionalista é a que mais se
aproxima dos propósitos para o melhoramento do aprendizado das matemáticas
(lógica bivalente: é ou não é, uma e somente uma destas situações), o ponto de
partida desta corrente é o plano do inteligível, ou seja a verdade geral já
estabelecida. Lembrando que estamos fazendo referência ao aprendizado e não ao
ensino; isto deve-se ao fato que o estudante tem que ser o centro do processo,
assim o estudante é o sujeito ativo de seu próprio aprendizado em relação ao
roll que desempenha o professor.
3.1- Principais
Autores Racionalistas
René Descartes (1596-1650), conhecido também como Cartésio, tem
um “pé” dentro da filosofia moderna, onde desejava encontrar um método que não
fosse o aristotélico, e que lhe permitisse um caminho para novos
descobrimentos. A matemática influiu decisivamente no método cartesiano. A
“dúvida metódica” levou à afirmação do “Penso, logo existo”.
Descartes
estabeleceu algumas regras para seu método cartesiano, dentre elas encontramos
a de não admitir coisa alguma como verdadeira, desde que saiba com evidência
que o é; dividir em quantas partes for possível cada dificuldade, para assim
melhor encontrar uma solução; conduzir os pensamentos ordenando dos mais
simples e fáceis de conhecer, e gradualmente, chegar aos mais compostos; fazer
recontagens e revisões tão gerais, que chegue a estar certo de não ter omitido
nada.
Por meio da dúvida
metódica, ao evidenciar a existência de quem pensa, permite estabelecer o
raciocínio: “Se eu existo, sei que sou imperfeito. Mas a idéia de imperfeito
implica a de imperfeito, e esse ser é Deus.” Mas Descartes reconhece que, ao
conhecer-se intuitivamente como ser, reconhece que seu corpo é distinto do seu
pensamento, é ai que surge a distinção entre a substância pensante e a extensa.
A alma, como pensamento, pode ser pensada sem extensão, porque a extensão não
lhe é essencial, enquanto a essência do corpo é a extensão. Dessa forma, os
modos de extensão são a posição, a figura e o movimento. Os modos da substância
pensante são a sensação, a paixão e a vontade.
O método de
Descartes é o método da dúvida: a dúvida metódica ou dúvida cartesiana. Para a
razão bem funcionar, é necessário limpar o terreno da mente de todo
preconceito, é preciso, num primeiro momento duvidar de tudo, principalmente o
que já se tem estabelecido como verdade absoluta. A partir de então, devem-se
buscar verdades elementares, verdades que se bastem a si, e não precisem de
outras verdades precedentes. Pois, duvidando de tudo, aquilo que conseguir se
estabelecer como verdade depois disso, ter necessariamente que, ser uma verdade
absoluta. O que se quer com esse método é a garantia de idéias claras e
distintas. Descartes resume a Lógica e enumera apenas quatro regras, quatro
passos a serem dados no caminho de seu método:
Ø
O primeiro era o de
jamais acolher alguma coisa como verdadeira que eu não conhecesse evidentemente
como tal; isto é, de evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção. E de
nada incluir em meus juízos que não se apresentasse tão clara e distintamente a
meu espírito, que eu não tivesse nenhuma ocasião de pô-lo em dúvida.
Ø
O segundo, o de
dividir cada uma das dificuldades que eu examinasse em tantas parcelas quantas
possíveis e quantas necessárias fossem para melhor resolvê-las.
Ø
O terceiro, o de
conduzir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e
mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco, como por degraus, até o
conhecimento dos mais compostos, e supondo mesmo uma ordem entre os que não se
precedem naturalmente uns aos outros.
Ø
E o último, o de
fazer em toda parte enumerações tão completas e revisões tão gerais, que eu tivesse
a certeza de nada omitir.
É assim que
Descartes analisa como verdadeira a frase “Penso, logo existo”. Para ele essa é
uma afirmação clara e distinta, sem nenhuma obscuridade ou confusão, pois, é
impossível alguém dizer que pensa, sem simultaneamente se dar conta de que
existe. Assim, Descartes confirma categoricamente a dicotomia corpo-alma.
Conclui, no entanto, que é mais importante a alma (pensamento) pois, é possível
imaginar-se pensando sem um corpo, mas não o contrário, pois senão, já não se seria
ser humano, mas coisa. A essência do homem é portanto, sua alma.
Nessa alma, que
Descartes afirma ser imortal, é possível percebermos muitas perfeições e sinais
de perfeições. Contudo, também se percebe claramente várias imperfeições. Sendo
assim, ele conclui que, se a alma apresenta imperfeições, as perfeições que
apresenta simultaneamente não pode ter sua origem na própria alma, pois se esta
fosse perfeita, não apresentaria imperfeição alguma. Dessa forma, essas
perfeições têm origem externa à alma humana. Alguém as colocou aí. Esse alguém
é, portanto, necessariamente perfeito, senão, não haveria perfeição alguma na
alma criada. Esse alguém perfeito, para Descartes é Deus. Deus realmente
existe. Se Deus é perfeito, então ele tem que existir, pois a perfeição maior
está em existir na realidade e não apenas na idéia. Logo, Deus existe e não é
apenas uma idéia.
Benedictus Spinoza (1632-1677) procura o bem supremo, através da
filosofia, que é Deus. Para isso, usa o método matemático de Descartes.
Substância é o que é em si mesmo e por si mesmo se concebe, isto é, aquilo cujo
conceito não necessita de outros conceitos para ser formado, essa substância
infinita é Deus, a causa de si mesmo e sua essência implica sua existência.
Para Spinoza, diferente de Descartes, não há duas substancias, a pensante e a
extensa, mas ambas são atributos de Deus. Os tributos pensamento e extensão,
são os únicos compreendidos pelo homem de um modo distinto e claro, por isso é
que a doutrina de Spinoza se chamou panteísmo, e significa que Deus é tudo ou
tudo é Deus.
Gottfried Leibnitz (1646-1716) teve muitos de aspectos filosóficos
estudados por nós. Ele aceitava que a natureza não dá saltos. De um estado para
outro, encontramos uma infinita série de intermediários. È assim que existe uma
perfeita continuidade na natureza, e essa só poderia ser expressada através de
uma análise do infinito. Leibnitz se opõe a física cartesiana, sobretudo à
concepção de que um corpo seja apenas extensão, e o mecanismo de Descartes é
substituído por um dinamismo que o seu conceito novo de força iria oferecer. O
universo é harmônico, porque Deus preestabeleceu assim, e tudo quanto sucede
por uma disposição já previamente determinada pelo Criador.
Emanuel Kant
nasceu em Koenigsber, na Prússia Oriental, em 22 de abril de 1724, de uma
família pobre, mas recebeu uma profunda educação religiosa. Kant cursou a
universidade de sua terra natal, dedicando-se especialmente à filosofia e as
ciências naturais. Em 1755, começa a concentrar-se nos problemas filosóficos,
sem deixar de lado o estudo da ciência e da matemática. Em 1769 expõe a
hipótese fundamental do seu sistema: O fenômeno e o Númeno, e ainda varias
outras conjecturas como: a Dissertação sobre a forma e os princípios do mundo
inteligível. Mais tarde publica a Critica da Razão Pura, Prolegômenos a toda
metafísica futura; Fundamento metafísico dos costumes: Crítica à Razão Pratica;
Crítica do Juízo; A religião nos limite da razão pura.
Kant não procura transcender à
razão humana. Não aceita a razão divina como mediadora. O mundo empírico não
tem explicação do mundo ideal. Portanto, o fundamento último do discurso humano
é a própria racionalidade, sem apelar para Deus. Ao mesmo tempo Kant faz a
formulação de um discurso preliminar, isto é, determinante, que mostra que a
razão é juíza de si mesma. Neste caso, as normas dos processos da síntese
pertencem ao sujeito. E só conhece o que pode ser empiricamente experimentado.
Visto que, o conhecimento humano é marcado pela intuição sensível. Cada um tem
a sua própria intuição de conhecimento. Enquanto, a metafísica não o é, e se
torna apenas uma ciência ilusória.
Kant tornou-se o centro e a base
de toda filosofia. A sua crítica consiste no poder da razão em geral, em
relação a todos os conhecimentos, independente de qualquer experiência. Suas
teses fundamentais sobre gnosiologia têm como ponto de partida a
incogniscibilidade da essência das coisas. Entretanto, há uma distinção entre
númeno e fenômeno. O número nós não podemos conhecer as coisas em si. Já o
fenômeno surge como uma coisa para nós, através de sua manifestação exterior da
coisa em si, tal qual se apresenta à consciência.
Kant diante de sua visão
teleológica passa da ordem do mundo até seu ordenador. Mas esta argumentação
também carece de um valor objetivo, de modo que as provas da existência de Deus
redundam em idéia ou ilusão transcendental. Ele diz que é impossível fazer uma
demonstração da razão referente à existência de Deus. Somos incapazes de juízos
científicos sobre Deus porque ele não ocorre no espaço e no tempo.
Fredrich Hegel Filósofo alemão, nasceu em Estugarda, aos 27 de agosto
de 1770. Aos 18 anos de idade ingressou no seminário protestante de Tubinga,
para estudar teologia, onde conheceu e foi amigo de Schelling (1775-1854) e
Holderlin. O pietismo, uma das correntes gnósticas do protestantismo,
influenciou profundamente o seu pensamento.
Hegel foi um ilustre professor
universitário de filosofia, depois mestre de conferências na Universidade de
Lena (1801-1806), reitor num colégio de Nuremberga (1808), depois professor em
Heidelberg e finalmente em Berlim (1817-1831), onde permaneceu até à morte.
Hegel concebeu o modelo de
análise da realidade que maior influencia teve ao longo de todo o século XIX e
XX, nomeadamente em pensadores como Schopenhauer, Nietzsche, Marx, Kierkegaard
ou Jean-Paul Sartre. A sua filosofia, que recusa a concepção filosófica de
Kant, assumiu um caráter enciclopédico. Hegel debruça-se sobre domínios tão
diversos como lógica, direito, religião, arte, moral, ciência ou a história da
filosofia e em todos eles vê a manifestação do Espírito Absoluto que se
materializa e revela através da História da Humanidade.
Hegel é considerado por muitos
pensadores como difícil, porque buscou compreender a realidade a partir do
idealismo absoluto. Segundo Mondin, Hegel estruturou seu pensamento idealista
pelo modelo intelectual que recebeu no seminário teológico de Tubinga, sua
formação foi de grande escala teológica. “De fato, já nos escritos juvenis está
explicitamente expressa a intuição determinante de todo o sistema hegeliano, a
intuição da alienação do real em relação ao ideal, do particular em relação ao
universal, do homem em relação a Deus. Esta intuição Hegel a teve certamente ao
ler a narração bíblica do afastamento (alienação) do homem em relação a Deus;
desde o começo ele considerou o conceito bíblico como princípio hermenêutico
absoluto da realidade como tal, transformando assim uma verdade teológica
particular em princípio filosófico universal.
A filosofia que Hegel propôs é
uma tentativa de considera todo o universo como um todo sistemático. O sistema
é baseado na fé. Na religião cristã, Deus foi revelado como verdade e como
espírito. Como espírito o homem pode receber esta revelação. Na religião a
verdade está oculta na imagem; mas na filosofia o véu se rasga, de modo que o
homem pode conhecer o infinito e ver todas às coisas em Deus.
Na Filosofia da História Hegel
pressupôs que a historia da humanidade é um processo através do qual a
humanidade tem feito progresso espiritual e moral e avançado seu
autoconhecimento. A história tem um propósito e cabe ao filósofo descobrir qual
é. Alguns historiadores encontraram sua chave na operação das leis naturais de
vários tipos. A atitude de Hegel, no entanto, apoiou-se na fé de que a história
é a representação do propósito de Deus e que o homem tinha agora avançado longe
bastante para descobrir o que esse propósito era: ele é a gradual realização da
liberdade humana.
O primeiro passo era fazer uma
transição da vida selvagem para um estado de ordem e lei é a revolução. Em
muitos pontos o pensamento de Hegel serviu aos fundamentos do marxismo, e um
deles é sua concepção de que os Estados têm que ser encontrados por força e
violência pois não há outro caminho para fazer o homem curvar-se à Lei antes
dele ter avançado mentalmente tão longe suficiente para aceitar a racionalidade
da vida ordenada. Alguns homens aceitarão as leis e se tornarão livres,
enquanto outros permanecerão escravos. No mundo moderno o homem passou a crer
que todos os homens, como espíritos, são livres em essência, e sua tarefa é,
assim, criar instituições sob as quais eles serão livres de fato.
4- CONCLUSÃO
Após essas
reflexões, verifica-se a amplitude não só do Racionalismo em si, mas de sua
contribuição para a Filosofia e para a maneira de ver o mundo que se seguiu.
Percebe-se, que
diferente de outros movimentos que se proclamam racionais, o Racionalismo não
nega, nem tampouco procura negar, a Fé, a religião, ou Deus, embora com
críticas à sua época e aos homens de seu contexto.
No Racionalismo,
o que se procura não é deixar Deus de fora, mas apenas não “perturbá-lo” quando
se pode utilizar o que Ele mesmo nos deu: a razão. Como que se coloca Deus na
“sala de espera”, mas sem expulsá-lo. Herda-se ainda a Fé da Idade Média,
entretanto, no centro está a razão, e o homem é sujeito, é ativo no processo,
não apenas mero “fantoche” da graça divina, como propunham Tomás e Agostinho.
5- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DESCARTES, René. Discurso do método. São Paulo: Abril
Cultura, 1973. Col. Os Pensadores, vol. XV.
LARA, Tiago Adão. A Filosofia Ocidental – do Renascimento
aos nossos dias. 5ed. Petrópolis: Vozes, 1993.
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