1.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por
objetivo pesquisar temas que são palavras chaves no estudo de Filosofia, dentre
os quais foram escolhidos o mito, o rito e a consciência religiosa.
Em seguida o grupo fez um
trabalho de campo que visou estudar e compreender estes temas em nossa região,
Unaí-MG, como estudo foi escolhido à festa do Boqueirão no requisito
religiosidade, ou seja, a importância de Santo Antônio e sua significação para
os devotos durante gerações.
Quem já visitou a festa do
Boqueirão sabe que o evento é uma grande demonstração de fé, amor e devoção que
se repete há 263 anos e unem gerações que participam de procissões, missas,
batizados e ajudam a abrilhantar a festividade.
2. MITO
Do mito foram dadas as mais diversas interpretações, das
quais as principais são: mito-verdade e mito-fábula.
Segundo a interpretação “mito-verdade”, o mito é uma
representação fantasiosa que pretende exprimir uma verdade; segundo a interpretação
"mito-fábula", ele é uma narração imaginosa sem nenhuma pretensão
teórica. Para a primeira interpretação, os mitos são as únicas explicações das
coisas que a humanidade, nos seus primórdios, estava em condições de fornecer e
nas quais ela acreditava firmemente. Para a segunda interpretação, eles são
representações fantasiosas nas quais ninguém jamais acreditou muito menos seus
criadores.
Os primeiros que consideraram os mitos como simples fábulas
foram os filósofos gregos. A eles se juntaram mais tarde os Padres da Igreja,
os escolásticos e a maior parte dos filósofos modernos. O mito expressa o mundo
e a realidade humana, mas cuja essência é efetivamente uma representação
coletiva, que chegou até nós através de várias gerações.
E, na medida em que pretende explicar o mundo e o homem, isto
é, a complexidade do real, o mito não pode ser lógico: ao revés, é ilógico e
irracional.
3. RITO
É uma sucessão de palavras, gestos e atos que, repetidas
compões uma cerimônia (religiosa ou civil, na maior parte das vezes). No rito
as palavras e os gestos ganham a sua sacralidade, e é por isso que muitas
tradições existem até hoje, especificamente o Cristianismo. O caráter
comunicativo do rito é de extrema importância, pois não é qualquer atividade
padronizada que constitui um rito.
Através do rito, o homem se incorpora ao mito,
beneficiando-se de todas as forças e energias que jorraram nas origens. A ação
ritual realiza no imediato uma transcendência vivida. O rito toma, nesse caso,
“o sentido de uma ação essencial e primordial através da referencia que se
estabelece do profano ao sagrado”.
Em resumo: o rito é a práxis do mito. É o mito em ação. O
mito rememora, o rito comemora.
4. CONSCIÊNCIA RELIGIOSA
A consciência religiosa aproxima-se da consciência mítica por
seu caráter metafísico, ou seja, por buscar explicações para a existência em um
universo não material. Nesse caso as verdades são reveladas por força da fé
religiosa.
Religião pode, assim,
ser definida como o conjunto das atitudes e atos pelos quais o homem se prende,
se liga ao divino ou manifesta sua dependência em relação a seres invisíveis
tidos como sobrenaturais.
Tomando-se o vocábulo num sentido mais restrito, pode-se
dizer que a religião para os antigos é a reatualização e a ritualização do
mito. O rito possui o poder de suscitar ou, ao menos, de reafirmar o mito.
5. SANTO ANTONIO DO BOQUEIRÃO
Tudo era mata um boqueirão. Diz à lenda que a imagem de Santo
Antonio apareceu no Boqueirão em cima de um toco de aroeira, as pessoas que ali
moravam a encontraram e a levaram para a cidade de Paracatu, no dia seguinte a
imagem apareceu novamente em cima do toco, dizem que ela voltou andando para o
mesmo lugar onde foi encontrada.
Os viajantes passavam pelo local, viam aquela imagem em cima de um
toco perto do Rio, diziam então ser um milagre e começava ali uma veneração. Os
padres daquela época achavam interessante deixar a imagem no local para estar
sempre voltando lá, porque assim se praticava a Evangelização.
Os festejos no local começaram por volta de 1780. E assim se
iniciaram as Romarias, uma reunião das comunidades para ir ao encontro do
Sacerdote, se reúnem uma vez no ano, os moradores que habitavam o local naquela
época eram uma quantidade maior, mas com as dificuldades alguns deixaram de
viver ali e foram em busca de melhorias.
Hoje só restaram algumas famílias que ainda vivem lá de uma forma
bem humilde, relatam que ficam mesmo é esperando a festa ano após ano.
Ir até Santo Antonio do Boqueirão é uma tradição passada através
das gerações de pais para filhos com preceitos Religiosos, usa-se essa tradição
religiosa para a realização de missas, batizados, casamentos, etc. Uma moradora
mesmo diz: que foi batizada lá e que batizou seus treze filhos todos lá nos pés
do Santo, uma tradição que tem sempre como intuito a evangelização e renovação da
fé, focam também a tradição cultural na qual se preserva as culturas como ir
ate lá nos carros de boi, nas jangadas, etc.
Antigamente os Romeiros de Santo Antonio do Boqueirão eram mais as
pessoas da roça, hoje em dia são muitos os tipos, mais ainda a maioria são
pessoas assalariadas, humildes, pessoas simples que vão agradecer o ano que
passaram e suas colheitas, famílias de fé, os que vão com outro propósito não
são Romeiros e sim curiosos.
Conta-se varias historias acontecidas no Boqueirão, uma delas é a
da chuva forte de granizo que durou três dias, derrubou toda a Igreja, mais o
Altar com as Imagens ficou intacto, um morador recolheu as imagens e as guardou
por nove meses até a nova Igreja ficar pronta.
6. O SANTO
Santo Antonio é o Santo mais popular do Brasil e, também, é
conhecido por ser o Padroeiro dos pobres, Santo casamenteiro, sempre sendo
invocado para achar objetos perdidos. Batizado de Fernando Bulhões, nascido em
1195, trocou seu nome para Antonio em 1220, Santo Antonio era um frade
franciscano, nasceu em Portugal, mas viveu a maior parte de sua vida em Pádua,
na Itália. Antonio morreu a caminho de Pádua em 13 de junho de 1231. Foi
canonizado em 13 de maio de 1232 (apenas 11 meses depois de sua morte) pelo
papa Gregório IX.
Apesar de não ter em seus sermões nada relacionados a casamentos,
Santo Antonio ficou conhecido como o Santo que ajudava mulheres a encontrarem
um marido por conta da ajuda que dava a moças humildes para conseguirem um dote
e um enxoval para o casamento.
Reza a lenda que, certa vez, em Nápoles, havia uma moça cuja
família não podia pagar seu dote para se casar. Desesperada, a jovem –
ajoelhada aos pés da imagem de Santo Antonio – pediu com fé a ajuda do Santo
que, milagrosamente, lhe entregou um bilhete e disse para procurar um
determinado comerciante. O bilhete dizia que o comerciante desse à moça moedas
de prata equivalentes ao peso do papel. Obviamente, o homem não se importou,
achando que o peso daquele bilhete era insignificante. Mas, para sua surpresa,
foram necessários 400 escudos da prata para que a balança atingisse o
equilíbrio. Nesse momento, o comerciante se lembrou que outrora havia prometido
400 escudos de prata ao Santo, e nunca havia cumprido a promessa. Santo Antonio
haverá fazer a cobrança daquele modo maravilhoso. A jovem moça pôde, assim,
casar-se de acordo com o costume da época e, a partir daí, Santo Antonio
recebeu – entre outras atribuições – a de “O Santo Casamenteiro”.
7. CONCLUSÃO
Quem já visitou o Distrito do Boqueirão sabe que o evento é uma
grande demonstração de fé, amor e devoção que se repete há 263 anos e reúnem
gerações que participam de procissões, missas, batizados que ajudam a
abrilhantar a festividade. No dia 13 de junho, dia
mesmo de Santo Antonio, de seis da manhã a meia noite Santo Antonio do
Boqueirão recebe em torno de 15 mil pessoas, a festa de Santo Antonio do
Boqueirão é uma espécie de feriadão para o povo da roça e ao mesmo tempo um
momento de reabastecer a fé. Uma festa voltada aos sertanejos e a todas as
pessoas de religião, porque o que sustenta a vida do pobre é a fé.
Foto em frente à capela principal. Foto da família religiosa.
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