1. INTRODUÇÃO
As teorias que
explicam a aprendizagem, através do condicionamento refletem uma concepção
empirista do desenvolvimento e da aprendizagem humana, uma vez que o seu
pressuposto básico é o de que forças externas ao indivíduo são os determinantes
principais do seu comportamento. Dentro de tal visão o indivíduo é sempre o
paciente de um processo que ocorre, na maioria das vezes, à revelia da sua
vontade.
Neste contexto,
o presente trabalho tem por objetivo fazer uma análise sucinta da Teoria Inatista
– maturacionista e da Teoria Ambientalista, num âmbito que pressupõe conteúdos
indispensáveis dentro da disciplina Psicologia da Educação.
2. TEORIA INATISTA
A visão inatista
defende que os seres humanos nascem programados biologicamente para falar, assim como os pássaros para voar.
A linguagem
se desenvolve naturalmente nas crianças. O ambiente
contribui com que as pessoas falem uma língua. O resto a criança faz por si só.
Para isso, aciona inconscientemente um mecanismo cerebral
que, supostamente, contém um conjunto de princípios válidos para todas as
línguas humanas.
Os seguintes
argumentos são apresentados a favor do inatismo:
- Virtualmente
todas as crianças aprendem bem sua língua materna numa idade em que
dificilmente seriam capazes de aprender algo tão complicado;
- As
crianças aprendem bem sua língua materna, quer num ambiente estimulante e
culto, quer num ambiente desumano e boçal. As diferenças ficam por conta do
vocabulário, criatividade, refinamento dos usos, etc. Mas as estruturas da
língua falada serão basicamente as mesmas;
- A
linguagem ouvida pelas crianças só consegue exemplificar parte das regras
gramaticais que elas acabam dominando;
- As
crianças produzem enunciados bem elaborados, mesmo que nenhum adulto lhes
aponte os “corretos” e “incorretos”;
Há também os seguintes argumentos contra
esta teoria:
- Afirma-se
que os seres humanos tendem a agir cooperativamente, e a linguagem é
apenas uma das formas convencionais de ação cooperativa. Situados nessa
nova perspectiva, os pesquisadores que praticamente se restringiam a
estudar a compreensão e a produção da criança, passaram a estudar a também
a fala do adulto que interage com ela. Foi a partir desses estudos que se
pôde avaliar o papel que o falante mais velho desempenha nessa interacção
e o tipo de estímulo linguístico que o participante infantil recebe nessa
troca.
Observou-se, então
que os adultos modificam sua fala quando se estão dirigindo às crianças. Falam
mais devagar, usam tons mais variados, estruturas mais simples, sentenças mais
curtas, repetições e paráfrases. Tudo para se adaptarem ao nível da criança.
Fica claro, então,
que a criança não adquire uma linguagem simplesmente “ouvindo”. A aquisição é
resultado da linguagem numa conversação facilitada. Tal seja, mente e
experiência unidas construindo a gramática.
A teoria Inatista – maturacionista, parte do princípio de que
fatores hereditários ou de mutação são mais importantes para o desenvolvimento
da criança. Hereditariedade refere-se à herança genética que a criança recebe
de seus pais.
Na psicologia, teóricos da inatista
– maturacionista supõem que, aptidões individuais e inteligências são herdadas
dos pais quando a criança nasce.
As primeiras investigações
psicológicas sobre a natureza hereditária das aptidões e da inteligência, constataram
que pessoas com uma aptidão especial, normalmente tinham familiares com mesmo
tipo de aptidão. Identificaram diferenças de aptidões entre homens e mulheres
ou entre raças diferentes.
Nessa linha de preocupação com as
diferenças individuais, desenvolveram os primeiros estudos psicológicos de
avaliar a inteligência. O francês Alfred Binet, interessou-se pela inteligência
através de testes. Por meio desses testes, a inteligência é avaliada pelas
tarefas. Essa foi também uma necessidade experimentada por Gesell preocupado em
compreender a evolução da criança.
Apesar das diferenças Binet e
Gessell estabeleceram padrões de comportamento para avaliar a inteligência ou o
desenvolvimento da criança. Os fatores biológicos são os mais decisivos na
determinação da inteligência e desenvolvimento tais padrões comportamentos são
independentes de fatores externos ou do contexto social em que a criança vive.
Não importa o lugar e a época em que a criança viva.
Se o ritmo e o desenvolvimento são
biologicamente determinado, espera-se que certos comportamentos apareçam na
mesma idade.
De acordo com a perspectiva
inatista – maturacionista, a aprendizagem depende do desenvolvimento. Ou seja,
o que a criança é capaz ou não de aprender é determinado pelo seu nível de
inteligência.
TEORIA
PSICOLÓGICA BEHAVIORISTA, AMBIENTALISTA, OU COMPORTAMENTALISTA
O modelo do
condicionamento operante é a teoria behaviorista que mais teve aplicação na
aprendizagem escolar, e para Skinner ensinar é planear um programa de
contingências de reforço que permita ao aluno aprender novas condutas.
TEORIAS DO CONDICIONAMENTO E A PROGRAMAÇÃO DE OBJETIVOS
DE ENSINO
A ênfase que o
modelo pedagógico tecnicista dá à formulação muito precisa de objetivos
educativos parece ser suficiente para uma programação eficaz, de
desenvolvimento de processos de aprendizagem necessários, em vez de tomá-los
como “(...) primeiro passo para estudar a ação que os processos de ensino tem
que desenvolver para que, estimulando e guiando os processos de aprendizagem, o
aluno alcance de alguma forma, os objetivos propostos. O projeto consiste em
prever o processo de ensino mais adequado para despertar o processo de aprendizagem
nas condições precisas para que o aluno alcance as metas pedagógicas. Partir de
objetivos claros e definidos é fundamental adequar o projeto que prefigura
tanto o processo de ensino como o de aprendizagem”. (Sacristán)
A crítica
realizada pelo autor citado, estabelece que esta pedagogia visa, através da
educação a mudança direcionada do comportamento, definindo com exatidão os
objetivos operacionais que devem ser alcançados para promover estas mudanças,
especificando:
1. O que o aluno
deve fazer em termos de conduta final;
2. que objetivos
específicos, o aluno deve alcançar, através das estratégias de ensino (ações),
para manifestar a conduta prevista no objetivo geral.
Assim, surgem muitas
interrogações como:
- Quantos objetivos específicos
são necessários para se considerar plenamente alcançado um objetivo geral?
- Quando estará esgotado o mundo
do observável, o significado de um conceito ou de um objetivo geral?
- Quais são os critérios de
validação de uma hierarquia de objetivos?
- Que indicações são oferecidas
de como conseguir desenvolver e dinamizar os processos necessários que
influenciam o ensino?
Concluindo
Sacritán argumenta: “(...) uma psicologia que descreve o ser humano como algo
estático, não pode ajudar os educadores a estabelecerem uma metodologia
pedagógica para alcançar esses resultados educativos”.
ABORDAGEM
COMPORTAMENTALISTA
Esta
abordagem é caracterizada pelo primado do objeto (empirismo). O conhecimento é
uma “descoberta” e é nova para quem a faz.
Na abordagem
comportamentalista a experiência é a experimentação planejada como base do
conhecimento.
Os modelos de
ensino são desenvolvidos a partir da análise dos processos por meio dos quais o
comportamento humano é modelado e reforçado.
O conteúdo transmitido visa
objetivos e habilidades que levam a competência. O aluno é considerado como um
recipiente de informações e reflexões.
Homem: O homem é conseqüência das influências ou forças do meio
ambiente.
Mundo: A realidade para Skinner é um fenômeno objetivo; o mundo
já é construído e o homem é produto do meio. O meio pode ser manipulado, sendo
que o comportamento, por sua vez pode ser mudado modificando-se as condições
das quais ele é uma função, ou seja, alterando-se os elementos ambientais. O
meio seleciona.
Sociedade-Cultura: Para Skinner o ambiente social é o que chamamos de uma
cultura, e por sua vez esta é quem da forma e preserva o comportamento dos que
nela vivem. A
cultura é entendida como espaço experimental utilizado no estudo do
comportamento. É um conjunto de contingências de reforço. Qualquer
ambiente, físico ou social, deve ser avaliado de acordo com seus efeitos sobre
a natureza.
Conhecimento: A base do conhecimento é a experiência planejada. Além
disso faz-se clara a orientação empirista dessa abordagem: o conhecimento é o
resultado direto da experiência.
Educação: A educação, está intimamente ligada á transmissão
cultural.
A educação segundo essa abordagem
deverá transmitir conhecimentos, assim como comportamentos éticos, práticas
sociais, habilidades considerada básicas para a manipulação e controle do
mundo/ambiente (cultural, social, etc.)
Esse sistema educacional tem como
finalidade básica promover mudanças nos indivíduos, que implicam tanto em
aquisição de novos comportamentos quanto a modificação de comportamentos já existentes.
Escola: A escola deverá se adaptar de acordo com os comportamentos
que se deseja manter . Cabe a ela, portanto manter, conservar e em parte
modificar os padrões de comportamento aceito como úteis e desejáveis para uma
sociedade, considerando-se em determinado contexto cultural. A escola está
ligada a outras agências controladoras da sociedade, do sistema social bem como
governo, política, economia, etc.
Ensino-Aprendizagem: Os comportamentos nos alunos serão instalados e mantidos
por condicionantes e reforçadores arbitrários tais como: elogios, graus, notas,
prêmios, reconhecimentos do mestre e dos colegas, prestígio, etc.
O ensino para Skinner
corresponde ao arranjo ou à disposição de contingências para uma aprendizagem
eficaz.
Professor-Aluno: Aos educandos caberia o controle do processo de
aprendizagem, um controle científico da educação.
Na abordagem comportamentalista o
professor teria a responsabilidade de planejar e desenvolver o sistema
ensino-aprendizagem, de tal forma que o desempenho do aluno seja maximizado. O
aluno é considerado como um recipiente de informações e reflexões.
Metodologia: É uma categoria inovadora nesta abordagem, pois aqui se
incluem a tecnologia educacional, e estratégias de ensino e o reforço no
relacionamento professor-aluno.
A instrução individualizada
através das máquinas de ensino livraria o professor até certo ponto, e
respeitaria as características individuais de cada aluno.
Avaliação: A avaliação na abordagem comportamenal consiste em
constatar se o aluno aprendeu e atingiu seus objetivos propostos quando o
programa foi conduzido até o final de forma adequada.
TEORIA DO
APRENDIZADO
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